O recente cessar-fogo entre Israel e Irã encerrou um dos episódios mais intensos da já turbulenta relação entre os dois países. O conflito, que durou 12 dias, resultou em ao menos 638 mortos e quase 8 mil feridos, segundo balanço das autoridades locais. A chamada Guerra dos 12 dias mobilizou recursos bélicos em escala sem precedentes e revelou a gravidade do embate político-militar entre as duas potências do Oriente Médio, com consequências que ainda estão sendo analisadas por especialistas internacionais.
Durante os ataques entre Israel e Irã, foram registradas mais de 2 mil ofensivas entre lançamentos de mísseis, drones e bombardeios aéreos. O Irã lançou aproximadamente 550 mísseis balísticos e mil drones contra território israelense, enquanto Israel revidou com mais de mil missões ofensivas, incluindo o uso de aviões invisíveis B-2 Spirit e bombas antibunker fornecidas pelos Estados Unidos. O uso desse poderio bélico evidencia a escala militar envolvida, além da sofisticação dos equipamentos utilizados pelas forças armadas de ambos os países.
A guerra entre Israel e Irã deixou um saldo devastador. Do lado iraniano, 610 mortos foram oficialmente confirmados, incluindo militares de alta patente e cientistas nucleares. Já a organização Human Rights Activists aponta que esse número pode ultrapassar 1.000. Do lado israelense, 28 cidadãos morreram e mais de 3.200 ficaram feridos. Entre os feridos, a maioria apresentava lesões leves, mas mais de 100 casos foram considerados graves. Além disso, mais de 9 mil israelenses foram deslocados por conta da destruição em áreas residenciais.
Além das mortes e feridos, o conflito entre Israel e Irã gerou centenas de prisões. O governo iraniano deteve cerca de 700 pessoas acusadas de colaboração com Israel, das quais três foram executadas. Israel, por sua vez, prendeu três cidadãos suspeitos de espionagem a favor do Irã. Nos Estados Unidos, 11 iranianos também foram detidos por supostas ligações com o regime de Teerã, ampliando a dimensão internacional das repercussões geradas pela guerra.
A infraestrutura crítica de ambos os países foi duramente afetada pelos ataques. Em Israel, mísseis iranianos atingiram uma usina elétrica, uma refinaria de petróleo e até uma universidade. Já o território iraniano sofreu ataques aéreos coordenados nas primeiras 72 horas do conflito, com mais de 300 munições guiadas lançadas em cinco ondas de bombardeio. O impacto sobre a economia e os serviços essenciais ainda está sendo calculado, mas especialistas preveem prejuízos bilionários em função da destruição.
A guerra entre Israel e Irã também teve implicações no espaço aéreo internacional. Ao todo, oito países fecharam temporariamente seus espaços aéreos, entre eles Síria, Iraque, Catar, Emirados Árabes Unidos, Bahrein e Kuwait. Mais de 21 mil alertas de emergência foram emitidos em Israel, indicando o grau de ameaça constante à população civil. Esses números reforçam a complexidade e a gravidade do cenário regional provocado pelo confronto.
Mesmo após o cessar-fogo, Israel e Irã seguem disputando a narrativa de vitória. Ambos os governos alegam terem atingido seus objetivos militares e estratégicos, enquanto analistas apontam que o conflito não teve um vencedor claro. A trégua negociada com a mediação dos Estados Unidos representou um alívio momentâneo, mas não encerra as tensões históricas entre os dois países, especialmente em relação à questão nuclear iraniana e à segurança regional.
O fim da guerra entre Israel e Irã marca o início de um novo capítulo no cenário geopolítico do Oriente Médio. A instabilidade permanece, e as consequências humanitárias, políticas e econômicas do conflito ainda serão sentidas por muito tempo. A reconstrução, o apoio às vítimas e a manutenção da paz na região agora dependem de esforços diplomáticos consistentes, que considerem não apenas os interesses militares, mas principalmente o sofrimento das populações envolvidas.
Autor: Andrei Sokolov