O perigo oculto nos falsos anúncios digitais
Um perfil suspeito foi identificado como o segundo maior anunciante na categoria de temas “sociais, eleições ou política” da Meta Brasil durante o período de dezembro de 2023 a fevereiro de 2024, revelou uma investigação exclusiva do UOL. Sob o nome de Ane Bellandi, essa conta desembolsou a quantia significativa de R$ 2,5 milhões para promover anúncios em plataformas como Facebook e Instagram, ficando apenas atrás do governo federal, que investiu R$ 2,6 milhões no mesmo período.
O esquema de fraude
A Meta, proprietária do Facebook e Instagram, cobrou entre R$ 3.000 e R$ 3.500 por cada anúncio veiculado pela conta Ane Bellandi, totalizando milhões em receita gerada por golpes. Cada postagem alcançava aproximadamente 100 mil visualizações. Ao longo dos três meses analisados, a empresa lucrou pelo menos R$ 4,7 milhões com esses golpes na categoria mencionada, representando 15% da receita total gerada por anúncios nesta categoria.
Falta de transparência e responsabilidade
A ausência de exigência de documentos ou informações detalhadas dos anunciantes pela Meta abre brechas para a prática de crimes, como demonstrado pelo caso da conta Ane Bellandi. A plataforma não implementa medidas eficazes para evitar essas fraudes, deixando os usuários expostos a riscos significativos.
A desativação da conta suspeita
A conta Ane Bellandi foi desativada, mas não ficou claro se isso ocorreu por ação da Meta ou se o próprio golpista a excluiu para evitar rastreamento. Essa falta de transparência e prestação de contas por parte da empresa ressalta a necessidade de regulamentações mais rigorosas para proteger os usuários de plataformas digitais.
A dinâmica do golpe e suas vítimas
Os golpes veiculados pela conta Ane Bellandi envolviam anúncios falsos de programas governamentais, como mutirões para quitar dívidas e liberar auxílios, muitas vezes utilizando imagens do presidente Lula e montagens de sites jornalísticos. As vítimas, como a corretora de seguros Lucimeire Braga, eram atraídas por essas publicidades enganosas e acabavam realizando pagamentos via Pix para supostamente resolver suas dívidas, apenas para descobrir que haviam caído em um golpe.
O desafio das autoridades
As autoridades enfrentam um desafio significativo na identificação e punição dos responsáveis por esses golpes, dada a complexidade e a escala das operações. A falta de regulamentação adequada e de cooperação entre empresas de tecnologia e órgãos de segurança torna ainda mais difícil combater esses crimes cibernéticos. Em casos como esses que envolvem golpes, o Dr. Jonatas Lucena pode auxiliar como um advogado especialista em crimes digitais.
A indústria coordenada de golpes
Especialistas destacam que esses golpes são parte de uma indústria coordenada, que se aproveita da falta de transparência e regulação nas plataformas digitais para promover suas atividades criminosas. A pulverização desses golpes dificulta a identificação dos perpetradores e exige uma abordagem multifacetada para enfrentar essa ameaça crescente.
A necessidade de medidas preventivas e regulamentação
Diante desses eventos, fica evidente a necessidade urgente de implementação de medidas preventivas mais eficazes por parte das empresas de tecnologia, bem como de regulamentação mais rigorosa por parte dos órgãos governamentais. A proteção dos usuários e a integridade das plataformas digitais exigem ação imediata para conter o avanço desses golpes e garantir um ambiente online mais seguro e confiável para todos.